Perspactivas para 2013

O ano de 2012 representou inúmeros desafios paras as empresas, sejam elas de pequeno ou grande porte. A retração da economia mundial, representada por ameaças de recessão nos países desenvolvidos e pela desaceleração do crescimento nos países emergentes, produziu um clima de insegurança e incertezas quanto ao futuro. 

 O IED (investimento estrangeiro direto) no Brasil teve uma pequena redução (6%) quando comparado a 2011 (US$ 67 bi em 2011 e US$ 63 bi em 2012), no entanto, de acordo com o Banco Central, a perspectiva de crescimento para 2013 é de 3%, chegando a US$ 65 bi. Apesar do crescimento modesto e ainda inferior ao percebido em 2011, esta previsão de recuperação considera a retomada da confiança no Brasil por parte dos investidores internacionais, que foi abalada neste ano, sendo levantados muitos questionamentos sobre a robustez e sustentabilidade do modelo de crescimento brasileiro.

 O crescimento do PIB para 2012, de cerca de 1%, diz muito sobre como foi o ano para as empresas estabelecidas no Brasil. As empresas nacionais lutaram para manter a competitividade e, em muitos casos, reinventar seu modelo de negócios. As empresas multinacionais sofreram forte pressão por resultados, uma vez que, suas matrizes estão passando por dificuldades e veem no mercado brasileiro uma importante fonte de recursos para o equilíbrio de seus balanços.

 Com a diminuição no ritmo de investimento por parte de empresas europeias e norte-americanas, as empresas brasileiras tiveram um importante papel nos grandes projetos de investimento e na sustentação dos níveis de geração de emprego. Podemos destacar também o crescente e constante investimento asiático no país, especialmente de origem chinesa e sul-coreana.

Recrutamento em 2012

 Um reflexo imediato da situação econômica global foi uma considerável redução no volume de recrutamento de Executivos, Médios-gerentes e especialistas, quando comparamos os números de 2011 e 2012. O mercado mal havia se recuperado da crise de 2008-2009, quando novamente ao final de 2011, uma nova crise começou a se estabelecer, o que trouxe de volta a insegurança quanto ao retorno sobre investimentos e maior aversão ao risco.

 Por outro lado, percebeu-se uma retomada no processo de contratações a partir de Agosto de 2012, sinalizando um crescimento positivo no 2º semestre do ano e boas perspectivas para 2013.

 Estima-se que o volume de contratações de especialistas e executivos seja próximo ao percebido no período pós-crise de 2008, tendo seu pico no 3º trimestre de 2013.

 O menor volume de movimentações no mercado ajudou a refrear o processo inflacionário dos salários de Executivos e Especialistas, que teve seu início em 2004-2005 e manteve-se até a crise de 2008, voltando timidamente em 2010. Este processo, motivado fundamentalmente pelo desequilíbrio já conhecido entre a oferta e demanda de profissionais qualificados para as necessidades das organizações (paradoxo da qualificação), representou uma elevação salarial de 15% a 25% acima da inflação, acumulada em aproximadamente 35% no período de 2005 a 2011. Para exemplificar, uma posição de engenheiro recém-formado, com remuneração em torno de R$ 2.500,00 mensais em 2005, passou, em 2010, para cerca de R$ 3.800,00, ou seja, 17% acima da inflação acumulada no período. Para níveis executivos este aumento ficou próximo dos 25%.

Oportunidades em 2013

 Essa momentânea redução no ritmo inflacionário, que deve ser somente retomada em 2014, representa uma ótima oportunidade para as empresas buscarem profissionais no 1º semestre de 2013, momento em que o volume de contratações ainda não será elevado e a competição por Capital Humano estará mais amena.

 Outra grande oportunidade para as empresas em 2013 é investir em projetos de atração de jovens profissionais e formação de talentos internos, com o objetivo de suprir a forte demanda por profissionais a partir do 2º semestre de 2014. Desta forma, as empresas têm cerca de 18 meses para se preparar, quanto às suas fontes de capital humano, e se posicionar para um novo ciclo de escassez, evitando as consequências ruins para os negócios como acontecido no período de 2005 a 2008 e em 2010.

 Observamos também a oportunidade para que seja retomado o processo de amadurecimento e desenvolvimento da área de RH nas organizações. Este processo que experimentou um forte crescimento a partir de 2004, sofreu uma pausa e até uma regressão com a crise em 2008. A função de RH, que em muitas organizações estava assumindo um papel mais estratégico e mais próximo às necessidades do negócio sofreu com a crise, voltando a assumir um papel mais operacional do que estratégico. Neste momento, Diretorias de RH foram extintas, passando a gestão de RH novamente às mãos da Diretoria Financeira. Quando não foram extintas, essas Diretorias tiveram seus papéis modificados e seus planos de investimento drasticamente reduzidos. Obviamente, não estamos falando de grandes corporações, cujas estruturas organizacionais estão bem definidas, mas sim de organizações em desenvolvimento, que representam hoje o maior potencial de geração de empregos no país.

 De fato, todas as funções de uma organização devem assumir papéis diferentes em um momento de crise, entretanto, o grande ônus para a função RH é perder o poder de influência na estratégia da empresa e um espaço arduamente conquistado durante anos, como decorrência de um processo que se iniciou na década de 90, quando o professor David Ulrich apresentou um novo modelo de gestão de Recursos Humanos (HR Business Partner). Assim, a reconquista deste papel estratégico, após o momento de crise, passa a ser imperativo para os Executivos de RH e, principalmente, para o CEO da empresa. Faz-se, assim, fundamental uma mudança na mentalidade empresarial sobre o papel de RH: os principais executivos da organização devem enxergar os recursos financeiros aportados em RH como investimento em condutores e catalisadores da execução da estratégia, ou seja, pessoas, políticas e processos, sem os quais não há qualquer garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos.

Expectativas 2013

 A previsão de crescimento da economia brasileira (3,3%), chinesa (8,4%) e de mercados emergentes (5,5%), aliada à recuperação dos EUA (crescimento de 2%) e a gestão racional da crise na zona do Euro, geram expectativas positivas para o maior volume de contratações de executivos e especialistas, assim como a retomada nos investimentos em capital humano. Os setores de maior potencial de contratação para o ano que vem estão relacionados a investimentos diretos e indiretos, sejam da iniciativa privada ou pública, em infraestrutura, tecnologia, bens de consumo, exploração mineral e serviços.

 Por mais técnica e pragmática que toda previsão possa parecer, há sempre um viés sob a influência de sentimentos positivos ou negativos. Neste sentido, nossas expectativas sobre o futuro são certamente influenciadas por sentimentos otimistas, aliados a excelência no que fazemos, para conquistar sempre os melhores resultados.

Luis Saverio - Consultor

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